Emily Brontë
1847
Com certeza uma das maiores obras ficcionais jamais escrita, “Wuthering Heights” (esse é o título original) é uma trama gótica acompanhando três gerações de um pequeno núcleo de famílias da gentry britânica – uma classe de proprietários rurais sem título de nobreza, mas que era epicentro da vida nas comunidades rurais da região na época – do final do século XVIII.
Embora “O morro…” tenha ganho notoriedade por sua qualidade literária e pelos personagens cativantes, ele traz ao historiador casual um bônus, sendo também interessante como um retrato dessas elites em um período muito próximo à sua decadência.
Agora, sobre a trama…
No começo, encontramos um cara chamado Lockwood chegando à mansão no alto do tal morro – um casarão velho, dilapidado, habitado por pessoas profundamente infelizes.
Em seguida, a história por trás desta triste cena começa a ser desvelada através das fofocas de uma serviçal idosa.
Nela, o patriarca da família Earnshaw, proprietária do Morro dos Ventos Uivantes, adota um menino chamado Heathcliff, que é recebido com desdém pelo herdeiro da casa mas vira amigo de sua irmã, a pequena Catherine.
Surge daí um triângulo amoroso – Catherine parece amar Heathcliff mas o afugenta, casando-se com o vizinho rico, Edgar Linton.
Anos depois, Heathcliff volta, muito rico mas ainda muito amargurado. E começa a armar sua vingança, que levará tanto a casa dos Earnshaw como a dos Linton à ruína.
Voltando ao tempo presente da narrativa, temos um final que eu diria que é… feliz? Sim, feliz. À sua maneira, peculiar, mas ainda assim feliz.
Eu obviamente não vou contar como é.
Emily Brontë, a autora, pertencia a uma família de gente letrada mas pobre, que vivia na mesma região na qual ela ambientou sua única obra. Nela, colocou muito das experiências pessoais das pessoas que conhecia e também sofreu uma forte influência do escritos de Lord Byron, especialmente na composição dos personagens principais.
Não existe nada parecido com “O morro…”, e ele é uma obra até difícil de classificar. A leitura atenta é uma experiência prazerosa e apaixonante.
Vá ler o livro!
Isso aqui deveria ser leitura obrigatória. Para todo mundo.
