A Escrava Isaura

Hoje mais conhecido sob a forma de uma novela da Globo, o romance escrito em 1875 por Bernardo Guimarães é um clássico da literatura brasileira. O lançamento desta obra aconteceu em uma época de grande debate sobre a escravidão, e a história contada nela tem um forte viés abolicionista, disfarçado sob a narrativa romântica.

Isaura é filha de uma mulher negra, mas tem a pele branca como a do pai. Apesar da aparência “branca”, ela é escrava de um senhor cruel e pervertido, que a submete às maiores humilhações. Com esta fórmula, o autor conseguiu criar uma personagem com a qual o público branco pudesse criar uma rápida identificação e empatia, levando-o a enxergar a realidade da escravatura pelo lado normalmente relegado ao negro. Uma jogada inteligente, na minha opinião.

Entendo “A Escrava Isaura” como uma espécie de obra obrigatória – se não oficialmente, ao menos moralmente.