Em 2012, duas gerações inteiras de viamonenses viram, pela primeira vez, o vereador Romer Guex deixar de concorrer à Câmara. Naquele ano, ele tentou se eleger prefeito. Mas seu partido, o PSOL, manteve uma cadeira no Legislativo. Claro que o ocupante dela ia ser visto como o sucessor do Romer.
E este papel coube ao atual vereador Augusto Giraudo. Cujo gabinete, aliás, ocupa exatamente a mesma sala do antigo gabinete do Romer.
O problema é que o Augustão tem uma forma de fazer política totalmente diferente. A turma do PSOL o acusa de ter até aliados seus trabalhando no governo tucano. Fora isso, sua equipe de gabinete não seria formada por indicações do PSOL. Augusto teria, segundo seus detratores, passado a agir como "dono do mandato".
Tudo bem. Ele é o detentor do próprio mandato. Claro. E todo mundo sabe que a política, no Brasil, é uma salada, todo mundo negocia com todo mundo.
Mas sejamos sinceros: quando o sujeito aceita concorrer pelo PSOL, sabe que sofrerá cobranças no sentido de ter uma postura mais militante, mais de enfrentamento. Ninguém é burro de pensar que uma eventual eleição por um PSOL, por um PSTU da vida, garantirá um mandato "a la vontê" como seria em um PMDB ou algo do tipo.
Então, e aí? Dizem que Augusto vai para o PPS. Outros dizem que é para o Solidariedade. Ou para o Rede, se for legalizado.
Sinceramente? Acho que não faz diferença.
No fundo, o vereador foi eleito com poucos votos. Em qualquer outra legenda, não se elegeria. Recebeu muitos votos de antigos eleitores do Romer (eles moram no mesmo bairro). Se sair do PSOL, vai ter muito mais dificuldade para se reeleger. Corre o sério risco de parar no "limbo", como já ocorreu com diversos ex-vereadores (exemplo, Ildo Britto que trocou o PT pelo PSB e não se reelegeu em 2004), e com o ex-prefeito Jorge Chiden (saído do PDT nos anos 90).
É uma situação arriscada. Mais para Augusto, do que para Romer, que parece disposto a concorrer à prefeitura novamente - mas provavelmente "patrolaria" nas urnas se resolvesse voltar a ser vereador.