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    • 29/06/2015 - Polí­tica e Reportagens
      Os intelectuais imbecis

      Editorial do Jornal Sexta em 26 de Junho de 2015.


       

      Há muito tempo, não lembramos quando, alguém cunhou esse termo, "intelectual", para designar uma pessoa que tem muito estudo e discute assuntos complicados. Ser intelectual parece que dá uma certa autoridade geral para falar em qualquer ocasião e ser escutado. Nossa sociedade espera demais desses tais de intelectuais.

       

      Agora, amigo leitor, pare e pense: um sujeito que se dedica a estudar astronomia, lê sobre o assunto e conhece tudo sobre o Espaço. De forma geral, as pessoas o consideram um "intelectual". Mas se ele abre a boca para falar de economia, qual a autoridade que ele tem?

       

      Mais: será que só porque uma pessoa leu muito, ela tem algum tipo de legitimidade para ser portador de verdades absolutas? E se o sujeito leu só besteira?

       

      Hoje, o Brasil é um país de pseudo-intelectuais. São eles que moldam a mentalidade dos nossos políticos, militantes, e debatedores.

       

      O resultado não poderia ser outro. Temos a nossa tradicional "direita", que é um mosaico de transtornos psíquicos: é gente sonhando com uma ditadura, é gente destilando ódio, é gente pregando abertamente uma sociedade elitista e oligárquica, sem pensar no coletivo.

       

      Do outro lado, temos um pessoal de "esquerda" que também não enxerga um palmo diante do nariz. Eles estabeleceram uma agenda e pensam todos em bloco, a maioria repetindo um discurso de cartilha sem nem pensar. Qualquer um que não concorde com um único ponto da tal cartilha, é imediatamente visto como membro daquele primeiro grupo, o dos reacionários raivosos.

       

      São essas sumidades que hoje discutem o Brasil. Não tem como dar certo.

       

      Implantaram as cotas raciais: de um lado, os privilegiados de sempre enfurecidos com a "invasão" em seus espaços. Do outro, defensores das tais "minorias" criando um clima de "vingança histórica" e tentando inculcar um sentimento de culpa nos não-cotáveis. Patético.

       

      Discute-se a maioridade penal. De um lado, os adeptos do "prendo e arrebento". Do outro, a galera que olha para um estuprador, ou um assassino cruel, e vê nele uma cândida e doce criatura, vítima da elite-opressora-racista-reacionária-homofóbica-Bolsonaro.

       

      O mesmo ocorre em qualquer debate sobre qualquer coisa. Com o tipo de gente que temos para discutir o Brasil que queremos, não tem como dar certo.