Há muito tempo, não lembramos quando, alguém cunhou esse termo, "intelectual", para designar uma pessoa que tem muito estudo e discute assuntos complicados. Ser intelectual parece que dá uma certa autoridade geral para falar em qualquer ocasião e ser escutado. Nossa sociedade espera demais desses tais de intelectuais.
Agora, amigo leitor, pare e pense: um sujeito que se dedica a estudar astronomia, lê sobre o assunto e conhece tudo sobre o Espaço. De forma geral, as pessoas o consideram um "intelectual". Mas se ele abre a boca para falar de economia, qual a autoridade que ele tem?
Mais: será que só porque uma pessoa leu muito, ela tem algum tipo de legitimidade para ser portador de verdades absolutas? E se o sujeito leu só besteira?
Hoje, o Brasil é um país de pseudo-intelectuais. São eles que moldam a mentalidade dos nossos políticos, militantes, e debatedores.
O resultado não poderia ser outro. Temos a nossa tradicional "direita", que é um mosaico de transtornos psíquicos: é gente sonhando com uma ditadura, é gente destilando ódio, é gente pregando abertamente uma sociedade elitista e oligárquica, sem pensar no coletivo.
Do outro lado, temos um pessoal de "esquerda" que também não enxerga um palmo diante do nariz. Eles estabeleceram uma agenda e pensam todos em bloco, a maioria repetindo um discurso de cartilha sem nem pensar. Qualquer um que não concorde com um único ponto da tal cartilha, é imediatamente visto como membro daquele primeiro grupo, o dos reacionários raivosos.
São essas sumidades que hoje discutem o Brasil. Não tem como dar certo.
Implantaram as cotas raciais: de um lado, os privilegiados de sempre enfurecidos com a "invasão" em seus espaços. Do outro, defensores das tais "minorias" criando um clima de "vingança histórica" e tentando inculcar um sentimento de culpa nos não-cotáveis. Patético.
Discute-se a maioridade penal. De um lado, os adeptos do "prendo e arrebento". Do outro, a galera que olha para um estuprador, ou um assassino cruel, e vê nele uma cândida e doce criatura, vítima da elite-opressora-racista-reacionária-homofóbica-Bolsonaro.
O mesmo ocorre em qualquer debate sobre qualquer coisa. Com o tipo de gente que temos para discutir o Brasil que queremos, não tem como dar certo.