Viamão está pela segunda vez nos últimos anos, debaixo dos holofotes, com a vinda da Seleção Brasileira para a cidade, mais precisamente, para o Vila Ventura. Claro que isso não resolve os problemas de saneamento, ruas, educação, nosso calamitoso sistema de saúde, e nosso alarmante déficit de empregos. Mas, é importante.
Quem nunca se indignou ao ver um programa de TV sobre corridas de carro, e ver o apresentador anunciando que "a prova será no autódromo de Tarumã, em Porto Alegre"? Ou "próximo a Porto Alegre"? Ou quando transmitem as corridas, e a legenda, embaixo da tela, diz apenas "Autódromo de Tarumã – RS"?
Tarumã não fica em Porto Alegre, nem em qualquer lugar do RS, fica aqui em Viamão!
Assim como também Itapuã não é um bairro de Porto Alegre nem uma espécie de povoado bonitinho que fica em algum lugar perto da Capital. Itapuã e todas as suas belezas são partes integrantes de Viamão!
Nossa cidade não pode ser apenas uma denominação oficial para abrigar lugares e pontos turísticos que serão vistos, sempre, como parte do Rio Grande do Sul, genericamente, ou de Porto Alegre. Ela tem que ser referenciada, ser lembrada como um lugar que existe, e receber a atenção que merece!
A cidade precisa "existir no mapa", e por uma questão que é imaterial: as pessoas não têm muito claro o conceito do que possa ser "o ser viamonense". Assim como o morador local não se orgulha de sua cidade, ele também não se envolve com ela, nem cuida dela. Para muita gente, por muito tempo, morar em Viamão é apenas um estágio, enquanto não se consegue comprar nada na Capital.
Isso tem que mudar. E está mudando.
O viamonense tem que, cada vez mais, ser visto e ver a si mesmo como morador de uma cidade que tem, sim, seu valor. Porque daí ele vai querer que ela seja melhor para se viver. Vai querer continuar nela, trabalhar nela, e fazer dela um lugar mais agradável até pra seus filhos, netos, que não terão vergonha alguma de morar aqui.
Está mais do que na hora de a nossa cidade crescer, aparecer, e de os nossos cidadãos se darem conta de que nada a obriga a ser a velha "cidade dormitório", suja e subdesenvolvida, como muitos ainda acreditam que seja, em uma espécie de "destino manifesto" negativo.