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    • 05/09/2014 - Polí­tica e Reportagens
      O Horário Eleitoral e a gradual falência do sistema

      O programa no qual os candidatos pedem voto é muito interessante, especialmente como objeto de análise do nível a que chegamos.


      Começou a propaganda política na TV. Para o cidadão comum, é uma chatice, espécie de versão mais divertida da Voz do Brasil. Mas aqui estamos entre pessoas de olhar mais atento, e o horário eleitoral nos diz muita coisa.

       

      Para começar: já não é quase possível saber em qual segmentos estamos. A quantidade de partidos políticos tornou-se tão grande que o programa eleitoral assume um ar de videoclipe, com cortes de cenário e cena bruscos. O espectador destreinado fica confuso: tem PCdoB, PCB, com símbolo parecido. Tem um monte de partidos com símbolos parecidos, usando as mesmas cores, que, para distinguir, é preciso técnica, como PEN, PRTB, PTdoB, PTN, PHS...

       

      É preciso ter muita atenção também por causa das alianças malucas que são montadas. A gente está assistindo uma propaganda da coligação da Ana Amélia, e aí aparece um pessoal do DEM, e nossas mentes acham que ainda estamos no segmento do grupo de centro-direita. Mas não: é o segmento da coligação encabeçada pelo PDT. Não faz o mínimo sentido.

       

      Os candidatos são de uma comicidade involuntária. É certo que 80% deles sabe que não tem chance alguma. Alguns concorrem sem chance, por partidos que nem vão estar no poder, em cenário algum, em hipótese alguma. Por quê concorrem? Quem os convida?

       

      Outra atrocidade é a tal cota mínima de mulheres: o PTB tem uma nominata feminina forte, está de parabéns. Temos muitas mulheres que são grandes candidatas. Mas a tal cota gera toda uma série de rostos maquiados e aparvalhados diante da câmera, figuras que estão ali só para preencher número, nem vão buscar votos. Entraram para dar uma força na cota.

       

      Há partidos inteiros cujos candidatos são perfeitamente insossos e não se diferenciam entre si. Pregam a justiça social e a segurança, algo assim. Neste sentido, os extremistas são mais interessantes. Mas igualmente cansativos, ao proporem coisas que só são possíveis em Nárnia.

       

      Enfim. O horário eleitoral gratuito nos mostra o produto desse sistema eleitoral sem critério, que incentiva as super-coligações e a busca do coeficiente eleitoral com o lançamento de um monte de candidaturas sem nexo.

       

      Este texto foi publicado como Editorial do Jornal Sexta em 05 de Setembro de 2014.