O debate sobre governos é sempre polêmico porque governos estaduais e federais abrangem muitas áreas de atuação, e nenhuma gestão é perfeita, ou positiva, em todas as frentes ao mesmo tempo. O governo Yeda, com sua baixíssima popularidade final, é sempre usado como parâmetro de "ruim" e seus aliados, sempre associados à ideia, negativa, de uma "repetição da Era Yeda".
Por ser do PSDB, partido que comandou a onda de privatizações no Brasil, e ter tido em seu governo o PMDB, além de muitas figuras vindas do fatídico Governo Britto, especula-se que Yeda Crusius seria a favor da privatização da CEEE.
A renovação ou não da concessão da CEEE só acontece em 2015, e mesmo que Yeda fosse reeleita, não ficaria nas mãos dela vender ou não a Companhia. Ou seja, mesmo que quisesse, ela não teria como privatizar. Então essa parte do discurso pró-privatização por parte de seus aliados não entra em questão.
O fato é que foi no governo Yeda que os eletricitários da CEEE viram sair, do papel e do sonho para a realidade, o Plano de Cargos e Salários. Que, no papel, ainda existe. Mas na prática, não promove gente como antigamente.
O Plano de Participação nos Resultados era pago religiosamente todo Março e Setembro, e constituía um reforço importante na renda, especialmente dos empregados que ganham menos. A extinção desses pagamentos foi um dos estopins da maior greve da história da categoria, ocorrida neste ano.
Na verdade, a greve foi motivada em teoria pela luta do Acordo Coletivo. A realidade é que a briga do Acordo foi a gota d´água. A perda do PPR já havia deixado o pessoal pronto para virar a mesa.
Também no governo Yeda a CEEE mantinha-se em dia com fornecedores e terceirizados.
Não que com isso faça-se uma apologia ao governo da senhora Yeda Crusius, como sendo o melhor para os eletricitários ou a CEEE. Não. Neste sentido, o governo Olívio Dutra foi o que travou e liquidou com o processo de venda da empresa, pois a intenção do governo anterior (Britto) era vender tudo. Nos tempos do Olívio, investiu-se em redes. Outros governos também fizeram boas gestões.
Mas seria injusto deixar que a História esquecesse este detalhe: os trabalhadores da CEEE estavam melhor, mesmo sob um governo tucano (por definição, neoliberal, patronal, etc), do que estão hoje.