Em homenagem a uma jovem e lindinha filha de um amigo meu, que é fã de jogos da MINHA geração, inicio esta série sobre esse zé-bigode chamado Mario. E não me venham com piadinhas sobre armários.
Antes de mais nada, a importância do jogo: este é o Game mais vendido do século XX. Foi o Game mais vendido de todos os tempos, por 30 anos até ser batido por Wii Sports.
E não é para menos. No começo, nem os próprios desenvolvedores sabiam usar direito toda a capacidade do Nintendo 8 bits, e os jogos de NES da "primeira safra" eram pouco mais que versões melhoradas do estilo mono-tela do Atari 2600. Eram jogos curtos, simples, de movimentação dura… Super Mario Bros não parece feito em 1985. Parece um título da safra de 1988 a 1990.
Voltemos no tempo
Em 1983, tivemos o grande Crash do mercado de videogames, a principal empresa do setor (a Atari) estava de joelhos e parecia que os jogos eletrônicos morreriam como morreram outras modas passageiras do mercado de brinquedos.
Aí, longe do abismo de pessimismo dos EUA, surgiu no Japão o console que salvaria tudo: o Nintendo NES. A empresa já fazia títulos para o Atari 2600 e para os fliperamas, e começou então a lançar jogos para o sistema próprio.
O NES saiu em 1983, e já em 1985 a Nintendo planejava aposentá-lo, para dar lugar ao Famicom Disk System (uma traquitana que, no fim, não fez sucesso fora do Japão, tanto que o NES continuou a ser produzido por muitos anos). Assim, resolveram lançar um game do tipo “run and gun”, tipo Contra, para “fechar a lista” do NES. O problema é que lá pelas tantas, no meio do desenvolvimento, a ideia foi tomando outra forma.
Shigeru Miyamoto e Gunpei Yokoi, a dupla que havia criado o mega-sucesso “Donkey Kong”, criou em 1983 “Mario Bros”, um jogo muito simples de tela única. E durante a criação do novo projeto de 1985, surgiu a ideia de usar o mesmo personagem, Mario.
Algumas coisas foram saindo no improviso. Desenharam as fases prevendo um Mario pequenininho, como o do jogo de dois anos antes, mas no fim resolveram que seria melhor desenhá-lo maior. A solução foi criar o Power-Up que faz ele crescer de tamanho, e depois, dar-lhe a habilidade de se agachar.
Ideas bizarras, como a de criar uma fase de tiro na qual Mario voaria a bordo de uma núvem, acabaram descartadas, mas deram contribuições ao desenho final (as fases bônus no céu, por exemplo).
Até mesmo a ideia original, de criar um jogo de tiro, acabou sendo parcialmente reaproveitada com o item que dá a Mario a capacidade de lançar bolas de fogo. E que resultaria em uma infinidade de superpoderes obtidos com itens, nos jogos seguintes da franquia.
Jogando Super Mario Bros
A Princesa Toadstool foi sequestrada pelo vilão Bowser. Mario sai ao resgate, procurando a donzela em perigo andando por vários Mundos, cada um deles dividido em fases, e ao final das fases, deve entrar no castelo do governante daquele Mundo – um dos filhos do Bowser. No final, claro, vamos ao castelo do próprio monstro principal, enfrentá-lo.
O visual do jogo é um side-scrolling de plataformas clássico, estilo que se consolidaria a partir de Mario.
Um conceito novo que este game popularizou foi do de “Warp Zone”, algum lugar escondido onde é possível pular fases e encurtar a jornada. Houve uma época em que, numa turma que estivesse jogando Super Mario, se o jogador NÃO pegasse a Warp do Mundo 1-2, o resto da turma estranhava.
Atravessando a virada do século
Super Mario Bros tornou-se um clássico tão icônico que ainda diverte novas gerações. Em 1993, foi reeditado no Super NES no cartucho Super Mario All-Stars. Depois, saiu em versões para o Game Boy, e outros sistemas. Em 2014, o Wii U viu o lançamento de “Mario Maker”, onde a brincadeira consiste em desenhar e jogar novas fases para o velho Game de três décadas atrás.