A situação entre a direção da CEEE e os empregados na negociação do dissídio da categoria já era tensa. Agora, encrespou de vez.
Ontem à tarde, uma comissão de empregados foi negociar com a diretoria da CEEE. Esta, ofereceu apenas - além do reajuste pelo INPC, que já estava na proposta inicial - um reajuste igual no auxílio-saúde.
Hoje cedo, os funcionários da Companhia paralisaram atividades em todas as agências e escritórios. Em várias agências, as portas permaneceram fechadas. Tudo isso, para avaliar a contra-proposta do dia anterior. Que foi considerada até risível e rejeitada em toda parte.
Muitos escritórios e unidades voltaram a trabalhar depois da assembléia. Mas pelo menos em Pelotas, na agência da Azenha (em Porto Alegre), e em vários pontos do Litoral, a paralisação continuou.
NO CENTRO DO FURACÃO, A COISA RADICALIZOU
Na unidade central da CEEE, na Avenida Ipiranga, a coisa foi mais feia. Os portões foram bloqueados e ninguém entra, ninguém sai, desde a manhã. Uma massa de mais de 400 funcionários fizeram uma assembleia e continuaram protestando. Não iam sair dali enquanto o diretor-presidente não aparecesse para negociar.
No começo da tarde, um grupo foi até a sala do diretor-presidente mas não o encontrou lá. Os ânimos continuavam exaltados mas os funcionários voltaram ao trabalho. Amanhã (sexta) a empresa deve apresentar nova proposta.
Caso a coisa não se resolva amanhã, é muito provável que segunda-feira inicie-se uma greve. E aí, seja o que Deus quiser.
E A GREVE TERÁ ADESÕES?
Tanto na Ipiranga como nas agências do Interior, a mistura de perdas acumuladas ao longo dos últimos anos, desencontro de informações sobre o futuro, e revolta com a intransigência nas negociações inflamou os ânimos da turma ao ponto de uma imensa maioria estar pedindo uma greve já desde a segunda-feira passada.
Se esta for deflagrada, vai ser o apocalipse.
E A IMPRENSA?
Até o momento, jornais, rádios, TVs e sites de notícias trataram do movimento dos eletricitários como uma notícia sobre TRÂNSITO, na Ipiranga. Como se uma possível greve de eletricitários não fizesse diferença alguma em uma sociedade movida a eletricidade.
Nota dez em jornalismo!