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    • 19/02/2014 - A vida na CEEE
      Afinal, o PT vai privatizar a CEEE?

      Poderá virar privada, federal, ou ficar como está. Ata de reunião de administração da empresa tem um texto dúbio. Oposição bota lenha na fogueira.

      Na última página da Ata 496, da reunião do dia 21/01/2014 do Conselho de Administração da CEEE, lemos o seguinte:

       

      "Encerrada a pauta, o Presidente do Conselho colocou a palavra à disposição do Conselheiro Gerson Carrion de Oliveira que entregou aos Srs. Conselheiros cópias da correspondência enviada ao Diretor-Presidente da Eletrobras, Sr. José da Costa Carvalho Neto, materializando uma das ações aprovadas por esse Conselho de “aumentar o capital pelo Acionista Estratégico”. Informou que o Exmo. Governador do Estado do RS, Sr. Tarso Genro, encaminhou correspondência a Presidenta da República noticiando o interesse do Estado do Rio Grande do Sul em transferir parte de sua participação acionária nas empresas do Grupo CEEE à Eletrobras. Destacou o comprometimento do acionista controlador em auxiliar a Companhia na resolução de seus problemas.

       

      Nada mais havendo, foi determinada a lavratura da Ata pelo Secretário-Geral, Sr. Evandro Bremm. ENCERRAMENTO: Concluída a matéria da “Ordem do Dia”, o Sr. João Victor Oliveira Domingues, Presidente do Conselho de Administração, encerrou a reunião. Porto Alegre, 21 de janeiro de 2014."

       

      ANTES QUE ALGUM INOCENTE SE EMPOLGUE

      A CEEE todos conhecem. A Eletrobras é uma estatal federal de energia elétrica. À primeira vista, parece que uma estatal vai se vender à outra, que jorrarão verbas federais, e os funcionários passarão a ter uma vida melhor, como a dos funcionários da União.

       

      Mas não sejamos inocentes.

       

      A Eletrobras vive um impasse com suas Distribuidoras de Energia. Ela pode acabar vendendo-as. Privatizar tudo. E não estamos falando do governo FHC, estamos falando da gestão da Dilma. Mas isso pode não ocorrer. Ninguém sabe. O mercado quer que venda.

       

      Se vender... será chato para o PT, aquele que fez a caveira dos privateiros tucanos...

       

      Não que eu tenha certeza de que vão mesmo privatizar. Para isso, a Eletrobras precisaria comprar mais 18% das ações da Companhia, e tornar-se sócia majoritária. E ainda, depois, vender. Existem quatro possibilidades.

       

      A HIPÓTESE OTIMISTA

      Como a ata não especifica quantos por cento das ações que o Estado do RS detém serão vendidos, é possível que o governador tenha a intenção de vender menos que os X de ações que a Eletrobras precisaria para controlar e vender a CEEE. Assim, ela continuaria sob controle do governo gaúcho, e a estatal federal só injetaria mais capital para ajudar sua recuperação.

       

       

      A HIPÓTESE DA MORTE LENTA

      O governador não vende porcaria de ação nenhuma. Neste caso, a CEEE continua mal das pernas e não renova sua concessão em 2015. Ela morre aos poucos. Uma nova empresa assume o serviço, mas antes disso, a CEEE fica mais alguns meses com cada vez menos dinheiro para tocar suas despesas operacionais, tornando as cidades um verdadeiro caos.

       

      A HIPÓTESE NEOLIBERA-PRIVATEIRA

      Tarso vende o controle acionário da CEEE para a Eletrobras, e esta desmonta e vende a distribuidora. Umas três mil pessoas vão para a fila do seguro-desemprego, e alguém (leia-se, algumas poucas pessoas) lucra.

       

      A HIPÓTESE UTÓPICA

      Seria a Eletrobras comprar o controle da CEEE e mantê-la federal. Neste caso, ela teria que se tornar superavitária. Mas seria bom para funcionários, consumidores e para a dinâmica de ações integradas e programas sociais vinculados.

       

      ANÁLISE DAS POSSIBILIDADES

      O governo estadual atual tem dado sinais consistentes de vontade de manter a CEEE e colocá-la no rumo do superávit (ela fecha sempre com déficit, no ano passado foram 900 milhões. Este déficit tem que acabar até o fim de 2014, para que a ANEEL renove a concessão da distribuidora. 

       

       

       

      Você decide...

       

       

      NÃO É O HORROR QUE OS ALARMISTAS DIZEM

      Políbio Braga publicou uma nota hoje dizendo que o Tarso ia vender de vez a CEEE para a Eletrobras. Pode até ser essa a intenção, mas não é essa sangria desatada toda - para isso, teria que haver um plebiscito popular (lei criada na onda de horror provocada pelo "vende tudo" do governo Britto, para evitar futuros surtos de liquidação).

       

      Na realidade, neste ano tão eleitoral, tudo fica meio exagerado.

       

      Quem é contra o governo, diz que ele vai vender. Quem é a favor, diz que ele vai salvar a empresa.

       

      Fonte da Ata: http://canalabertoceee.blogspot.com.br/2014/01/ata-da-reuniao-do-dia-21012014.html