Matérias sobre as futuras possíveis primeiras-damas normalmente são muito chatas, e trazem dados do tipo “Soraya da Rocha Guex é professora, é casada com o Romer há vinte e tantos anos, e eles têm três filhas muito bonitas, e coisa e tal”. Tudo isso é verdade, mas no caso dela, há muito mais coisas a dizer.
Quando a gente fala em "esposa de candidato", o que se imagina é aquela figura, da mulher que não entende nada de política, e apenas acompanha o marido. Só que a Soraya é totalmente o oposto disso: ela tem uma vida política própria.
Ela realmente sabe discursar, tem ideologia, convicções, e anda politicamente com as próprias pernas. Ela opina, constrói, influi, faz as coisas. Tem voz ativa. Sabe a história dos partidos, das pessoas, da cidade, tem uma bagagem de leituras e vivências que bota “no chinelo” a maior parte dos políticos profissionais da cidade.
Trata-se de uma possível primeira-dama que tem capacidade para discutir governo e ideologia com o marido e com qualquer um, em pé de igualdade.
Nesta campanha, age como um cabo eleitoral do Romer. Longe de ser um “enfeite” para sair ao lado do marido nas fotos (como acontece com as esposas de alguns outros candidatos), ela tem um papel central na coordenação da campanha dele. É uma mulher dotada de uma capacidade de organização e de uma energia muito grandes. Às vezes, eu acho que ela tem até mais senso prático do que o próprio Romer, e que ele não teria feito a metade das coisas que já fez na vida, se tivesse se casado com uma mulher diferente.
Claro que nada disso surpreende. Sendo filha do prefeito e deputado Tapir Rocha, ela cresceu no meio da política, tem isso tudo no sangue. A mãe dela, a falecida dona Laís, tinha uma energia muito parecida. Mas mesmo não sendo nada surpreendente, é impressionante, e eu tinha que dedicar algum espaço aqui para falar desta figura extraordinária.