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    • 21/11/2011 - Carros
      Traquitanas do mundo socialista

      Em uma Europa Oriental arrasada pela guerra e depois, pela burocracia, o proletariado queria uns carangos para dar um rolé. O resultado são algumas criações realmente curiosas.,

      Boris Yeltsin aprova este post!
      Depois do fim da Segunda Guerra Mundial, o mundo viu-se dividido em dois: de um lado, o bloco capitalista, liderado pelos Estados Unidos. Do outro, o bloco socialista comandado pela União Soviética. Do lado vermelho da Cortina de Ferro, empresas (todas de propriedade dos governos) trataram de criar carros para o povo poder guiar pelas ruas e estradas. Alguns eram muito bons, outros horrendos mas fortes como tanques de guerra. Já outros eram verdadeiras engenhocas, e alguns, entravam em produção mesmo sendo claramente perigosíssimos para motoristas e pedestres.

       

      Hoje vamos dar uma olhada em cinco dessas coisas criadas nas terras da foice e do martelo.

       

      Velorex Oskar

      Pais: Tchecoslováquia

      Velorex Oskar, o carro de lona com três rodas.

      Em 1948, o governo tchecoslovaco lançou um concurso, para tentar escolher o design de um carro projetado para o povo, que fosse econômico e tivesse dois lugares. O vencedor foi este monstrengo, lançado em 1951, que Chegava aos 60km/h, velocidade incapaz de empolgar. Mas o consumo era bem empolgante: fazia 23km/litro.


      AWZ P70, vulgo "morte certa"

      País: República Democrática (ha ha ha) da Alemanha

      AWZ, um suicídio sobre rodas.

      Lançado em 1956, na fábrica de Zwickau, Alemanha Oriental, este carro veio pouco antes de outro clássico do mundo socialista, o Trabant. Tinha um motor 0.7, de dois tempos, dois cilindros.


      Fraco, pequeno, mas econômico, o carrinho introduziu uma novidade tecnológica que seria depois a marca registrada dos carros da Alemanha Oriental: o aço era escasso na Alemanha, então a lataria era feita de Duroplast. Isso fazia dele um carro extremamente leve e fácil de dirigir e barato de produzir. O Duroplast foi realmente uma solução inteligente e ecológica, já que era feito com restos das fábricas têxteis da União Soviética.


      Só tinha um probleminha: a carcaça de fibra associada a um tanque de combustível mal posicionado fazia com que dar qualquer batida tivesse 99% de chances de morte.


      Melkus RS1000 - o foguete alemão

      País: República Democrática da Alemanha

      Melkus, o DeLorean movido a vodca.

      Para compensar a bomba que era o AWZ e seu irmão "motor de lambreta" Trabant, os alemães orientais tinham o Melkus. Olhem bem para essa foto...


      É um Puma? É um Miura? É um Delorean? Não! É o Melkus, esportivo lançado em 1969 pela fábrica de mesmo nome, na Alemanha Oriental. Equipado com o velho e conhecido motor dois-tempos, de três cilindros, o monstrinho era extremamente leve, e chegava a 210km/h. Um foguete para a época, em qualquer parte do mundo, comunista ou não!


      Tatra T600

      País: Tchecoslováquia

      Tatra, o primo do Fusca.

      A Tatra, fábrica de automóveis sediada na República Tcheca (antiga Tchecoslováquia), é uma empresa bem antiga: fundada em 1850, fabricava carroças e carruagens. Em 1897, fez seu primeiro carro, e desde então, tornou-se conhecida como uma empresa que não tinha medo de ousar nas formas de suas criações. Quando todo mundo fazia carros quadrados, parecidos com carruagens, a Tatra fez um carro arredondado cujas linhas frontais serviriam de "inspiração" (leia-se, FORAM PLAGIADAS) no Fusca.


      Em 1948, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, e já sob o comando do Estado socialista, essa inovadora empresa lançou o T600, uma das coisinhas mais esquisitas que já se viu. O motor era um 2.0, refrigerado a ar, e ficava atrás. Tinha seis lugares, e um coeficiente de aerodinâmica de apenas 0.32, espantoso mesmo para os carros atuais (semelhante ao do Laborghini Murcielago 2001).


      Dacia 1300 - o corcel do Drácula

      País: Romênia

      Dacia, o carro da transilvânia.

      Um dos carros mais longevos e bem sucedidos do mundo socialista foi esse bólido, feito pela fábrica (do governo socialista, claro) da Romênia. O "1300" no nome já diz o volume em cilindradas do motor original. Lançado em 1969, este carro é um velho conhecido dos brasileiros: o mesmo projeto que deu origem a ele na Romênia, originou o nosso clássico Corcel, de 1968.


      Econômico, confiável, simples de manter, confortável, o "Corcel romeno" sobreviveu muitos anos, apenas com mudanças estéticas (grades moderninhas, faróis quadrados). E para quem pensa que o sucesso do 1300 deveu-se à falta de competição num mercado controlado pelo Estado planificado, fica o desmentido: o carrinho continuava vendendo na Romênia mesmo depois do fim do socialismo. O último Dácia 1300, o de número 1.979.730, deixou a fábrica em julho de 2004, um mês antes de o modelo completar 35 anos do lançamento.